Monday, October 1, 2007

run Ron, run II


Sou um gajo simples, a vida e os livros ensinaram-me alguma coisa e dos dois tipos de aprendizagem o primeiro tem sido mais útil. Sei muito pouco, por exemplo, quando no meio de uma conversa sobre política oiço falar de Schmitt, a primeira reacção é perguntar o que é que amortecedores e molas de camião têm que ver com a conversa. E se me falam de Strauss desato a discorrer sobre a superioridade do rock’n roll sobre a valsa e apresento o Lemmy como a prova viva da coisa. Só demasiado tarde percebo que afinal Schmitt e Strauss são nomes de gajos importantes. Não escapo à reprovação.

Nestes anos de trabalho que passaram por mercados (não confundir com Mercados), agricultura, fábricas de cozinhas, bares, publicidade, exército, vendas de quase tudo, mais alguma educação formal e muito Tolkien, Asimov e Vargas Llosa, a lição mais importante foi a da inevitabilidade da mudança. Uns querem que as coisas sejam como são, outros que sejam como foram e outros ainda que sejam como eles gostariam que fosse, no fundo, parar o tempo onde pareça mais seguro ou fazer a mudança final que dê ao Homem Novo o descanso desejado. Tenho tempo para o descanso quando estiver a fazer tijolo. O que Ron Paul propõe é que sejam as coisas como forem, há uma margem na mudança que não depende de nenhum inquilino da torre de marfim. O que Ron Paul propõe não é o direito a viver na city upon the hill, é a oportunidade de o tentar. Para mim chega e quanto ao resto não tenho medo.

Ron Paul é divertido, curioso até e o debate também pode sê-lo se não esquecermos que não é uma conversa de amigos. Deal with it.

run Ron, run!

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