Thursday, September 27, 2007

Caricaturas

Engraçada esta complacência com que a comunicação social trata Ron Paul, como se ele fosse um homenzinho esquisito, com algo de lunático, a quem um dia ocorreu a loucura de entrar na corrida para a Presidência dos Estados Unidos da América. Quem ler o que dele se escreve, quase pensa estar perante uma espécie de louco fugido do asilo, vestido de pijama e de robe, a rondar as ruas de Washington com uma tocha na mão.

Viesse ele das bandas canhotas da política, despindo-se ao lado de um urso polar para denunciar o fim da humanidade à conta do aquecimento global e logo o teríamos desenhado como um homem de vanguarda, um intelectual com sólidas referências que se coloca acima da política comum, um homem diferente com uma política diferente. Mas não. Como o senhor não partilha a fornada de Clintons e Gores desta vida, nem sequer merece a pena ouvi-lo ou lê-lo. Basta caricaturá-lo. Ainda que o que ele diga possa fazer sentido. Mas quer dizer, caramba, andar aqui a falar de liberdades individuais sem se dizer, de colete de ciclista na mão, "eu sou o candidato dos cidadãos e venho ser a voz dos cidadãos porque é preciso dar vozes aos cidadãos" é que nem pensar, não é coisa que se fala, que não cai bem.

E assim se faz a cobertura política Mundo fora. A mesma cobertura que continua a insistir que os políticos são todos iguais e as receitas sempre as mesmas. Pois.

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