Tuesday, November 27, 2007

Outra vez as armas Parte2!!! Assaltos em Portugal!!!


"Mais de metade dos portugueses inquiridos pela Deco (Associação para a Defesa do Consumidor) que já foram vítimas de algum crime não fizeram queixa à polícia. E seis em cada 10 que participaram afirmaram ter sido em vão. Estes são alguns números apurados pela Deco, após um inquérito a 2400 pessoas sobre a criminalidade e as suas consequências, e que demonstram existir um "cepticismo generalizado com a acção da polícia". O estudo foi realizado ainda em Espanha, Bélgica e Itália e da comparação resulta que só neste último país a falta de confiança nas autoridades é superior.A descrença nos resultados, o excesso de burocracia ou a desvalorização do sucedido pela própria vítima são os motivos mais invocados para justificar a não participação. Quando o fazem, as críticas passam a ser outras. Queixam-se das infra-estruturas pouco cómodas nas esquadras, da falta de humanismo dos agentes e da incapacidade para oferecerem determinadas respostas, como o transporte até casa. Sobre a própria actuação da polícia, a avaliação também está longe de ser positiva: 58 por cento disse não ter visto quaisquer resultados e 38 por cento garantiu que os agentes "pouco ou nada fizeram para identificar o agressor". Tudo somado, na hora de atribuir uma nota, GNR, PSP e Polícia Judiciária não receberam mais de 3 valores, numa escala de 1 a 10. É a pior apreciação dos países analisados pelas associações congéneres da Deco e cujos resultados serão publicados na edição de Dezembro da revista ProTeste.Vários crimesAo todo, quatro em cada dez inquiridos de uma amostra representativa da população entre os 18 e os 74 anos responderam ter sofrido um crime nos últimos cinco anos. A maioria traduziu-se em atentados contra o património (ver infografia), com as vítimas a perderem uma média de 1000 euros por incidente. Sendo que os roubos acontecem sobretudo à porta de casa. Para além dos danos materiais, os inquiridos admitiram que passar por este tipo situação afecta o bem-estar geral e a rotina diária. Revolta, medo, dificuldade em dormir e irritabilidade são os principais "sintomas pós-traumáticos" que, para um quarto das vítimas, persistem um ano depois da ocorrência. Entre os crimes que mais marcas deixam figuram, naturalmente, a violação, mas também o roubo da carteira com violência, agressões físicas e os confrontos no trânsito.Há ainda outros crimes que se distinguem por provocar níveis de violência psicológica muito elevados. É o caso do racismo e a ameaça, chantagem ou extorsão. Mas apesar do impacto de todas estas situações, apenas sete por cento das vítimas recorreram a apoio psicológico. Mais insegurançaAinda que os níveis de criminalidade em Portugal sejam inferiores aos dos outros três países em análise, o sentimento de insegurança aparenta ser superior. Praticamente uma em cada dez pessoas admitiu andar com objectos de defesa pessoal, como navalhas e outras armas brancas, quando anda na rua à noite. Entre dois a três por cento dos inquiridos contou fazer-se acompanhar de uma arma de fogo, spray de gás pimenta ou pistola de alarme. A este propósito, a Deco lembra que a incidência de armas de fogo em Portugal é "três vezes superior à de Espanha".Mas são de outro tipo as medidas preventivas mais comuns. Para proteger a casa e os bens, por exemplo, os portugueses preferem o cão de guarda. A seguir, mas a uma distância considerável, é referido o alarme e a arma de fogo. Na rua, os inquiridos usam como estratégia evitar levar muito dinheiro ou objectos valiosos. À noite, metade tranca as portas do carro enquanto conduz e 30 por cento evitam andar de transportes públicos. Neste cenário, o estudo concluiu que a "insegurança em Portugal é superior à dos outros países do estudo" e que 65 por cento dos inquiridos disseram "sentir-se menos seguros na rua à noite do que há cinco anos". A generalidade das pessoas pediram mais vigilância e a associação deixa um apelo ao Ministério da Administração Interna para que torne os serviços da polícia "mais eficientes" e para que, em colaboração com o Ministério da Justiça, adopte "medidas para uma justiça mais célere."

27.11.2007, Isabel Leiria.



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